O Dia a dia...

Acordo às 6H00 com um beijo doce e calmo.

-Já são horas, diz…
Abro os olhos, pestanejo, - só mais 5 minutos!! , respondo ensonada

Dou mais umas voltas na cama  espreitando pelo canto do olho
o despertador que implacável continua a passar o minuto
a minuto.
Cinco minutos passados, levanto-me com pouca energia, arrasto-me
até à cozinha onde bebo um copo com água.

Manhãs iguais, rotinas constantes, mas… que bom o emprego, tê-lo
já é por si um incentivo num país onde o emprego escasseia.

Caminho mais decidida para fazer a minha higiene, no caminho encontro-o
beijamo-nos suavemente , sorrimos sabendo que estamos a pensar no
mesmo – Como seria bom ficarmos ali a curtir o nosso tempo o nosso
espaço sem obrigações, mas a vida não é assim, por isso cada momento
tem que ser aproveitado ao máximo.

Tomamos o pequeno almoço, falamos, rimos, ou simplesmente mantemo-nos
em silêncio.
Saímos os dois de casa, trocamos um beijo recomendando  juizinho um ao outro

Deixei o carro, agora no transporte, olho para quem me rodeia, cada um com
a sua vida, os seus problemas, as suas alegrias, o comboio mantêm o movimento
ritmado, olho a paisagem envolvente, quantas casas , quantas vidas quantos problemas
quantas alegrias, cheguei à minha paragem do outro lado da estação as minhas
Amigas / colegas esperam-me no carro, sorrio, é bom tê-las, dessas já sei alguns
dos seus problemas, dos momentos bons e maus, entreajudamo-nos.

Divertidas (uns dias mais que outros) seguimos para o emprego onde iremos
passar juntas mais um dia.

Ao fim do dia, de regresso, exausta, apercebo-me de uma luminosidade diferente da
que observei nessa manhã.
As pessoas, umas faladoras outras de expressão dura regressam comigo,
suponho que tão ansiosas quanto eu por chegarem a casa !

Em casa tentamos aproveitar o pouco tempo disponível que nos sobra.
fazer o jantar mantendo o diálogo sobre o nosso dia, uma voltinha pelas
redondezas , ver um filme ( se houver tempo) ou um pouco de TV
e ir dormir "às pressas"....

É assim o dia a dia...
Rotineiro mas maravilhoso, quando existe amor e saúde!!!

Talvez....

Olhos no chão envergonhado pelo que fez, a dor ainda presente.
Aquele homem, que sem respeito o violou vezes seguidas, dando-lhe
por fim umas tantas notas que lhe encheram o bolso...

.....

Pai e mãe não teve, foi abandonado à sua sorte, cresceu entre pontapés
e maus tratos, esteve em instituições que dizem ser de apoio à criança,
sempre foi rebelde. Sem ninguém que o defendesse que lhe desse
afecto, habituou-se a roubar para comer…

Era só o que sabia fazer, por vezes sujo, em estado deplorável ia tomar banho a um lugar que alguém lhe indicou, davam-lhe roupa, umas calças de ganga, um pullover com capuz , uns ténis, ele sentia-se diferente sentia-se quase normal, nada tinha, mas naquele momento sonhava!

Mas, naquele dia na rua um homem abordou-o duma forma doce que se confundia
com carinho, ofereceu-lhe dinheiro muito dinheiro. Quanto era muito??
não sabia, a palavra dinheiro já por si tinha grande significado para
quem nada tinha.

Em casa daquele senhor, foi bem tratado, comeu bem, dera-lhe alguma
roupa que lá tinha, dizia ser do filho!!

Até que aquela hora terrível chegou, e o senhor lhe disse o que realmente
queria dele… ficou em pânico… quis fugir, mas o homem de falas mansas
dizia-lhe que não o ia magoar, e que, como paga lhe dava muito dinheiro.

Tentou resistir, o homem repetia: – Com o dinheiro podes comer bem ,
Comprar ténis, roupas novas, podes ter tudo o que desejas…
Já sem forças, baralhado , cedeu…

Saíu dali com o bolso “cheio” de notas, quantas eram não sabia…
as notas não o faziam sentir melhor, mas aconchegavam-no,
Mais tarde , sem saber ainda, ele voltaria lá.
...

Na rua alguém diz: que se ele se sujeitou a isso foi porque quis, porque se prostituiu. Todos os culpam como se fosse uma prostituta que opta por sê-lo.
De tenra idade vai-se sentindo marginalizado pelos outros, que simplesmente
o acusam…

Mais tarde até defenderão o violador!!

Marcado para a vida, possivelmente irá ser um ser humano sem opções
um marginal, ou talvez não, talvez consiga ultrapassar…

talvez, talvez ...

Filho és pai serás.

Quando jovens desvalorizamos as exigências dos pais,
a que apelidamos de conversa de “cotas”, viramos
a cara, somos frios, revoltados.

O tempo passa e os nossos pais passam a ter outra importância
sempre atentos e disponíveis fazem-nos falta quando temos
um problema, uma desilusão. Quando acabamos um namoro,
um casamento é nos braços deles que choramos.

Quando os filhos crescem , são os nossos pais que ficam com eles
quando queremos sair, nas férias da Escola etc.
O tempo passa, os nossos pais passam a ser os avós por quem
os nossos filhos têm um carinho especial.

Envelhecem, começamos a temer por eles queremos aproveitar
todos os momentos, acompanhá-los, e é
bom que assim seja, é sinal que os respeitamos e amamos.

Para eles mesmo que tenhamos já cabelo branco, continuamos
a ser as suas “criancinhas”, sempre preocupados e atentos.

Agora somos nós os pais, gostamos que os nossos filhos estejam
também atentos a nós, ouçam o que temos para dizer!
mas ... quando tínhamos a idade deles…??!!

A vida é um ciclo, o importante é transmitir aos nossos filhos
que hoje somos nós os pais e amanhã serão eles pais de alguém
O diálogo ensina, a critica, o elogio, o não deixar passar nada
“em branco”, cada segundo cada minuto, é educação, não podemos
desvalorizar isso com um simples encolher de ombros, pois por vezes
essa atitude paga-se cara!

Homenagem a nós ... :0) !!!

Dez anos , passaram sem dar por eles,
no entanto, parece estarmos juntos
desde sempre...

Lembro-me do dia do casamento
divertidos, felizes...
Lembro-me dos amigos e da família
à nossa volta!!

Guardo todas essas recordações
no meu coração com toda a ternura
Temos crescido na relação
amadurecido...

Tornámo-nos num só!
Ultrapassamos os problemas
com amor e frontalidade

Dez anos de casamento
em que o amor amadureceu
e cresceu

Que venham muitos mais
com amor saúde ...
Nós e os que amamos!!
Amo-te meu amor !!!

O pensamento....

O pensamento corre solto,
Ganha asas percorre campos diversos
O pensamento é livre
Impenetrável
Só nosso!
Umas vezes cheio de negatividade
Outras de positivismo
Outras de virtualidade
Quantas vezes nos rimos sozinhos
Por aquilo que pensamos
Quantas vezes é ousado
Atrevido e apaixonado
Quantas vezes o queremos parar
E ele continua a “voar”
Quantas vezes ficamos
De “cabeça no ar”
Umas vezes pensamos de mais
Outras de menos
Pensar analisar concluir
Ensina-nos a crescer
e a evoluir!

Pensar é viver connosco próprios
e poder melhorar aquilo que somos!