Era uma familia desajustada, o pai jovem de educação esmerada, não seguia no entanto os principios que lhe tinham sido incutidos, cabeça de vento, imaturo, fazia uma vida pouco organizada para quem tinha uma família sob sua responsabilidade, a mulher e dois filhos, um
menino e uma menina.
A mãe, boa mulher , trabalhadora, de origem mais humilde, via-se incapaz de impôr exigências
era frágil e passiva, convivia duma forma angustiada com aquela vida que se desenhava cada vez mais sem rumo e sem perspectivas.
Os filhos, pequeninos, olhavam para os pais que amavam com um olhar de receio, nunca sabiam o que os esperava se um dia calmo alegre e sereno, se um dia violento de sofrimento e de lágrimas. A casa estava bonita até existirem problemas e terem de se mudar para outra deixando para trás mais um rasto de sofrimento.
Mas uma coisa ninguém lhes tirava a isso sempre tinham tido direito, o Natal...
Essa época era já assumida como epóca de paz, os presentes começavam a surgir e a ser escondidos de forma a que as crianças não os vissem, mas elas com a sua super sensibilidade acabavam por se aperceber e encontrar alguns, mais à mão ...
Na noite de Natal também com os avós, comiam a seia ansiosos por irem dormir, estavam excitados nervosos e felizes, como nunca, estavam unidos e trocavam olhares cumplices e trocistas. Quando os pais diziam :- hora de ir para a cama !!! saltavam dos seus lugares
beijavam os pais e os avós e abraçando-se diziam :- Já falta pouco mano , dorme bem!!! ao que o mano mais pequenino acenava feliz e ternurento
Essa noite era passada com um olho fechado e outro aberto, nesta ansiedade, tudo o resto era esquecido, as discussões dos pais , a angustia , a tristeza, estavam agora unidos e felizes.
De manhã a mãe ia acordá-los e dizia que eles podiam ir à chaminé, os pequenos talvez por uma consciência das dificuldades que os mais grandes passavam , não acreditavam no pai Natal mas viviam aquela época fingindo que acreditavam que o Menino Jesus lhes tinha ido pôr os presentes, como a sua mãe lhes costumava dizer...
Com um olhar deslumbrado e o sorriso aberto abraçados olhavam para a montanha de presentes que se encontrava na chaminé e saltavam excitados dando gritinhos de satisfação, abraçando os pais, estranhamente unidos nesta época, agarravam nos presentes e iam para o quarto de um ou de outro entrando no mundo da fantasia, que só voltariam a sair quando a magia do Natal desaparecesse...e, ela desaparecia, eles sabiam isso, mas iam ter alguma coisa para recordar quando fossem mais velhos, não seria só dor e sofrimento !!!
Viviam unidos, e, inconscientemente valorizavam esta felicidade, nem que fosse só por um "bocadinho" !!!
4 comentários:
Vocês são LINDOS!!! ADORO-VOS!
Eu tbm te adoro minha LINDONA, LOUCA e MARAVILHOSA amiga
Adorei a história e, li-a com uma lágrima marota que não me quis largar pois conheçi esses meninos....
Beijos grandes
Prima Fátinha
Olá Prima !!!
Que bom poder "ouvir-te" por aqui
Aproveito para te desejar um Ano com muita saude e tudo de bom!!!
Pois... conheceste estes meninos ...
Beijocas grandes,saudades e volta sempre !!!
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