segunda-feira, 2 de março de 2009

Ternura de tempos passados...


Quando eu era pequenina…

Lembro-me duma casa alugada na província pelos meus avós e tios
casa grande, decorada tradicionalmente, arejada ,agradável, simpatica...
Nas traseiras tinha um grande quintal cheio de flores e uma majestosa figueira
onde eu e o meu irmão brincávamos livremente…

De manhã acordávamos com o Sol brilhante, e após a higiene pessoal íamos todos
participar na elaboração do pequeno almoço, pois eramos sempre muitos,
gente da cidade que apreciava sobremaneira aqueles fins de semana
províncianos...
Faziam-se umas torradinhas pequenas com manteiga, leite com Ovomaltine
Bolinho e doce…
Eu e o meu irmão, e por vezes mais os nossos primos púnhamos a mesa,
lembro-me duma toalha encarnada e branca...
A mobília de cor de vinho com flores de várias e vivas cores pintadas e cadeiras
de palhinha, um escaparate com pratos da região e umas canecas com caras
de bonecos que me deliciava observar...
Os pequenos almoços duma forma geral eram animados e divertidos
ao som duma telefonia que estava sempre ligada com som médio…

De seguida íamos para a rua em frente de casa brincar
com os nossos amigos locais, jovens alegres de faces coloridas
e outros meninos da cidade cujos familiares também possuíam ali casa…
Brincávamos até ao almoço… este sempre suculento, servido com
prazer acompanhado por longas gargalhadas e conversas divertidas !!!

Mas, após o almoço havia um ritual que eu e o meu irmão abominávamos
A SESTA… íamos todos dormir uma ou duas horitas… que seca!!!
Nós que queriamos ir brincar…bem , tinha que ser !!! a avó falava mais alto !!!
- Mano vamos dormir depressa!!! dizia eu baixinho.

Lembro-me também de pedir ao meu tio e ao meu avô para irmos ao pinhal…
que ficava logo ali em frente… Pinheiros altos que faziam uma sombra
aprazível e gostosa ...
nem sempre eles concordávam, mas quando o faziam a nossa
alegria era imensa…
Levávamos brinquedos, uma mantinha para estender no chão
cadeiras espreguiçadeiras e uma cama de rede que era presa entre árvores..
Sempre com o chapéu na cabeça, por causa do Sol , como dizia
a minha avózinha, lá andávamos um atrás do outro alegremente…
apanhávamos pinhões que o meu avô abria e nos dava a comer
brincávamos na cama de rede…
Voltávamos para casa cansados mas felizes... aguardava-nos um jantar
tão apetitoso quanto o almoço, pois tínhamos sempre apetite...Findo o jantar
íamos todos para o quintalinho na parte de trás de casa com a luz fraca e as
estrelas no céu, sentados nas espreguiçadeiras, passávamos serões
ouviando as conversas dos mais velhos , os grilos a cantar e sentíamos o cheiro
agradável do campo num verão fresco....
Enfim, tempos que não voltam, mas que ficam para sempre na nossa memória
que recordo com saudade...

Estou com vontade de lá passar, pois já há muito tempo que não vou para aquelas
paragens.
A casa foi alugada a outras pessoas... tudo mudou, ou talvez não!!!
Mas sabe sempre bem olhar para estes lugares e recordar o quanto fomos felizes ali!!!
e recordar também a doçura dos que amámos e que continuam para sempre no nosso coração !!!

4 comentários:

Anónimo disse...

São esses momentos que nos fazem sentir que vale a pena. A tua capacidade de guardar sensações positivas fazem de ti a pessoa que és, pelo que transmites.

Beijos grandes.

Mité disse...

Cris
Obrigada pela tua visita e pelas tuas palavras...
Também tu és especial
Bjocas boas

Anónimo disse...

Como sempre ouvi dizer, recordar é viver. Tenho saudades dos tempos em que ia à mercearia comprar meio litro de azeite, açúcar em papel pardo... o cheiro característico das mercearias. Tudo está gravado na minha memória. O tempo passava tão devagar, a luz era tão brilhante.
Ah! mas também passei longas férias de Verão em casa da tia na Serra da Arrábida. Acordar de manhã com o chilrear dos passarinhos, o doce aroma das plantas silvestres. O puro cheiro do campo! Que bom...
Hoje já nada da casa da tia e dos avós existe. Ruiram, mas na minha memória estão novas.
Tudo na vida vale a pena, umas mais que as outras mas valem sempre. Todos nós temos capacidades de guardar as memórias, depende é de como as vivemos.
Jokassssssssssssssss
Isilda Pinheiro

Mité disse...

IPzinha

Adorei a tua participação , está lindo !!!
Mil jokas amiga